O que são Orixás?

Orixás (em iorubá: Òrìṣà) são divindades da religião iorubá representados pela natureza. Dividem-se em dois grupos, os aborós (em iorubá: aborò) ou orixás masculinos, e as aiabás ou orixás femininas. Foram enviados por Olodumarê para a criação do mundo e após isso, ensinar e auxiliar a humanidade a viver no planeta.

Quase todos encarnaram como humanos e tiveram vida terrena, mas já existiam anteriormente no Orum, e outros eram humanos que se tornaram orixás pelos seu feitos extraordinários e sabedoria durante a vida, ou porquê teriam nascido com poderes sobrenaturais e podiam controlar a natureza, como: raios, chuvas, rios, fogo, vento, árvores, minérios e o controle de ofícios das condições humanas, como: agricultura, pesca, metalurgia, guerra, maternidade, saúde.

Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravatura, com à imposição do catolicismo aos negros, cada orixá foi associado a um santo católico, para manterem os orixás vivos e não perder seu direito ao culto. Pois foram obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente.

Os orixás são divindades da mitologia africana iorubá que se popularizaram no Brasil com as religiões de matriz africana Umbanda e Candomblé.

Iorubá é uma região da África composta por diversos grupos étnicos com língua e cultura semelhantes. Muitos dos negros trazidos para o Brasil como escravos eram dessa região.

Existem mais de 400 orixás na mitologia iorubá, mas alguns deles se tornaram mais famosos no Brasil, como é o caso de Exú, Oxalá, Ogum, Oxóssi, Iemanjá, Xangô e Iansã.

História dos orixás

Segundo a mitologia iorubá, Olodumaré, também conhecido como Olorum, é o deus supremo e inacessível. Ele criou o mundo e os orixás para governá-lo e servirem de intermediários entre ele e os humanos.

Olodumaré não aceita oferendas, pois como é o criador de tudo tem poder sobre tudo e não há nada que ele não possua.

Os orixás representam os elementos da natureza e Olodumaré é a junção de todas essas energias. Os orixás não são deuses, portanto as religiões que cultuam os orixás são monoteístas.

Durante a colonização do Brasil, muitos dos negros trazidos da África para serem escravizados eram da região de iorubá e trouxeram consigo suas crenças e tradições religiosas.

O Candomblé foi a religião que passou a ser praticada por esses povos escravizados no Brasil, seguindo as tradições e cultos africanos e cultuando os orixás da mitologia iorubá.

Essas práticas religiosas, no entanto, eram duramente reprimidas pelo colonizador, que impunha aos negros escravizados a prática do catolicismo.

Para seguir cultuando seus orixás, os africanos usavam os santos da Igreja Católica para representar suas divindades. Por exemplo, quando rezavam para São Jorge, na verdade estavam cultuando Ogum.

Assim iniciou-se o sincretismo religioso, que vai dar origem a outra religião de matriz africana: a Umbanda. A Umbanda tem elementos do Candomblé, do Catolicismo e do Espiritismo e surge no início do século XX.

Entenda o que é sincretismo e monoteísmo.

Quais são os orixás?

Na mitologia iorubá existem centenas de orixás, mas apenas alguns deles são cultuados pelas religiões Umbanda e Candomblé. Na Umbanda são cultuados 9 orixás, no Candomblé esse número pode chegar até 72. Alguns dos orixás mais populares no Brasil são:

Exú
Exú é o orixá intermediário e mensageiro, responsável pela comunicação entre os orixás e os homens. Exú é o guardião dos caminhos, é capaz de derrubar barreiras. O Exú é, por vezes, interpretado como uma divindade má, mas na mitologia iorubá não existe a representação do mau. Assim como os outros orixás e seres humanos, o Exú tem virtudes e defeitos e pode agir para o bem e para o mau.

Representação no cristianismo: Santo Antônio

Oxalá
Oxalá é uma divindade masculina, ele é o criador de todos os seres e pai de todos os orixás – com exceção de Logunedé. Ele representa o sol, a criação e a vida. Segundo a mitologia iorubá, Oxalá tentou criar os seres humanos com vários materiais, mas só conseguiu quando utilizou o barro.

Representação no cristianismo: Jesus Cristo

Ogum
Ogum é o orixá que representa a luta, as conquistas, ele é o deus da guerra e o arquétipo do guerreiro. Ele é o senhor da guerra e padroeiro de todos os trabalhadores cujo ofício exige a utilização de ferramentas.

Representação no cristianismo: São Jorge

Oxóssi
Oxóssi vive nas florestas e representa a fartura, é protetor dos caçadores e rege as lavouras, seu símbolo é o arco e flecha. Ele pode imitar o som dos animais com perfeição, é um caçador valente e generoso.

Representação no cristianismo: São Sebastião

Oxum
Oxum é uma divindade feminina, ela é dona da água doce, dos rios e das cachoeiras. Representa a delicadeza, a fecundidade e a maternidade, por isso é muitas vezes chamada de “mamãe Oxum”.

Representação no cristianismo: Nossa Senhora Aparecida ou Nossa Senhora de Fátima

Oxumaré
Oxumaré é filho de Nanã, é a divindade do movimento, do ciclo vital. Esse orixá é homem e mulher ao mesmo tempo, ele representa as dualidades, como o dia e a noite, o bem e o mal.

Representação no cristianismo: São Bartolomeu

Xangô
Na mitologia iorubá, xangô é rei, por isso é o orixá que cuida do poder, da administração e da justiça. Ele age com neutralidade, é reconhecido pelas sábias decisões e é íntegro.

Representação no cristianismo: São Pedro ou São Jerônimo

Iansã
Iansã é uma guerreira poderosa, responsável por levar as almas para o céu. É a senhora dos ventos, dos trovões, das tempestades e representa as mudanças rápidas.

Representação no cristianismo: Santa Bárbara

Iemanjá
Iemanjá é a mãe de todos os orixás – com exceção de Logunedé -, é a grande mãe e rege a educação, a família e as uniões. Ela é a rainha dos mares, protetora dos marinheiros e um dos orixás mais famosos no Brasil.

Representação no cristianismo: Nossa Senhora da Conceição ou Nossa Senhora dos Navegantes

Nanã
Nanã é uma divindade mulher, que representa a maternidade, a vida e a morte. Segundo a lenda iorubá, foi Nanã quem sugeriu a Oxalá usar o barro para a criação dos seres humanos.

Representação no cristianismo: Nossa Senhora Sant’ana

Omolú
Omolú é um grande e respeitado feiticeiro, é o senhor da vida e da morte e deus da medicina. Ele é responsável pela passagem de um plano para o outro, por guiar os espíritos para uma nova vida – atua em hospitais e cemitérios.

Representação no cristianismo: São Lázaro

Logunedé
Logunedé é filho de Oxóssi e Oxum e dono de uma beleza ímpar. É um exímio caçador e pescador e tem expressões masculinas e femininas.

Representação no cristianismo: Santo Expedito

Em cada templo religioso são cultuados todos os orixás, diferenciando que nas casas grandes tem um quarto separado para cada Orixá, nas casas menores são cultuados em um único (quarto de santo) termo usado para designar o quarto onde são cultuados os orixás.

Alguns orixás são só assentados no templo para serem cultuados pela comunidade, exemplo: Odudua, Oraniã, Olocum, Olossá, Baiâni, Iami-Ajé que não são iniciados Iaôs para esses orixás.

Opom Ifá

A Ialorixá ou o Babalorixá são responsáveis pela iniciação dos Iaôs e pelo culto de todo e qualquer orixá assentado no templo, auxiliada pelas pessoas designadas para cada função. Exemplo o Babaojé que cuida da parte dos Eguns e Babalossaim que é o encarregado das folhas.

Apesar de serem de origem daomeana, Nanã, Obaluaiê, Irocô, Oxumarê e Ieuá, são cultuados nas casas de nação Quetu, mas são muito raros os Iaôs que são iniciados, houve casos de passar vinte ou trinta anos sem se iniciar ninguém para esses orixás que são cultuados em locais separados dos outros.

Alguns orixás como Xangô, Oiá, Ogum, Oxóssi e outros, viveram como humanos (alguns já existiam antes de nascerem humanos, outros se tornaram orixás depois de humanos). E existem os que fizeram parte da criação do mundo esses só vieram para criar o mundo e retiraram-se para o Orum, o caso de Obatalá, e outros chamados Orixá funfum (branco).

Existem orixás que são cultuados pela comunidade em árvores como é o caso de Irocô, Apaocá, os orixás individuais de cada pessoa que é uma parte do orixá em si e são a ligação da pessoa, iniciada com o orixá divinizado; ou seja, uma pessoa que é de Xangô, seu orixá individual, é uma parte daquele Xangô divinizado, com todas as características, ou arquétipos.

Existe muita discussão sobre o assunto: uns dizem que o orixá pessoal é uma manifestação de dentro para fora, do Eu de cada um ligado ao orixá divinizado, outros dizem ser uma incorporação mas é rejeitada por muitos membros do candomblé, justificam que nem o culto aos egunguns é de incorporação e sim de materialização. Espíritos (eguns) são despachados (afastados) antes de toda cerimônia ou iniciação do candomblé.

Na África

Na África, cada Orixá estava ligado originalmente a uma cidade ou a um país inteiro. Tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais. Xangô em Oió, Iemanjá na região dos ebás, Ieuá em ebadós, Ogum em Adô Equiti e Ondô, Oxum em Ilexá, Oxobô e Ijebu Ode, Erinlé em Ilobu, Logunedé em Ilexá, Otim em Inisa, Oxalá-Obatalá em Ifé, subdivididos em Oxalufã em Ifo e Oxaguiã em Ejibó. A realização das cerimônias de adoração ao orixá é assegurada pelos sacerdotes designados para tal em sua tribo ou cidade.

Orixás na Religião iorubá :

  • Exu, Orixá guardião dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das pessoas, mensageiro divino dos oráculos[10].
  • Ogum, Orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia.
  • Oxóssi, Orixá da caça e da fartura.
  • Logunedé, Orixá jovem da caça e da pesca.
  • Xangô, Orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.
  • Airá, Usa branco, tem profundas ligações com Oxalá e com Xangô.
  • Obaluaiê, Orixá das doenças epidérmicas e pragas, Orixá da Cura.
  • Oxumarê, Orixá da chuva e do arco-íris, o Dono das Cobras.
  • Oçânhim, Orixá das Folhas, conhece o segredo de todas elas.
  • Oiá ou Iansã, Orixá feminino dos ventos, relâmpagos, tempestades, e do Rio Niger.
  • Oxum, Orixá feminino dos rios, do ouro, do jogo de búzios, e do amor.
  • Iemanjá, Orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, mãe de muitos Orixás.
  • Nanã, Orixá feminino dos pântanos, e da morte, mãe de Obaluaiê.
  • Ieuá, Orixá feminino do Rio Yewa.
  • Obá, Orixá feminino do Rio Oba, uma das esposas de Xangô.
  • Axabó, Orixá feminino da família de Xangô.
  • Ibeji, Orixás gêmeos.
  • Irocô, Orixá da árvore sagrada, (gameleira branca no Brasil).
  • Egungum, ancestral cultuado após a morte em casas separadas dos Orixás.
  • Iami-Ajé, é a sacralização da figura materna, a grande mãe feiticeira.
  • Onilé, Orixá do culto aos egunguns.
  • Oxalá, Orixá do Branco, da Paz, da Fé.
  • Obatalá ou Orixanlá, o mais respeitado, o pai de quase todos orixás, criador do mundo e dos corpos humanos.
  • Ifá ou Orunmila-Ifa, Ifá é o porta-voz de Orunmila, Orixá da Adivinhação e do destino.
  • Odudua, Orixá também tido como criador do mundo, pai de Oraniã e dos iorubás.
  • Oraniã, Orixá filho mais novo de Odudua.
  • Baiâni, Orixá também chamado Dadá Ajacá.
  • Olocum, Orixá divindade do mar.
  • Olossá, Orixá dos lagos e lagoas.
  • Oxalufã, Qualidade de Oxalá velho e sábio.
  • Oxaguiã, Qualidade de Oxalá jovem e guerreiro.
  • Ocô, Orixá da agricultura.

 

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